Antologia
Uma antologia é uma conclusão,
Mas ela apresentou-se assim, no meio daquelas pessoas.
Detalhou o seu melhor
Nas melhores palavras que executavam o meu silêncio.
Eu apresentei-me como poema do dia, como sempre fiz.
Apresentei-me como o último retrato do sol
Ou a última nuvem do romance que li.
Para minha surpresa, um dia mais tarde,
Ao ler-lhe a novíssima edição da antologia,
Apareci eu, vestido deste poema.
Tiago Nené
(1982)
Os dias de chuva deixaram a memória aberta aos ventos. Lembro-me de ti e lembro-me de ontem. Vi-te. Sorrimo-nos. Era um silencioso e branco navio esse sorriso. Havia luz.
Amo-te, quero dizer-te. Amo-te como se nada mais existisse para lá de ti e de mim e da chuva breve. Tudo é simples. O amor é um claro mês. Mas as palavras são nada.
No silêncio poderia voar um pássaro que eu não soubesse nomear. Poderia haver um lugar desconhecido de todas as geografias. Poderia existir tão apenas uma ausência que deixa saudade e melancolia. Já viste a lua?
Fernando Cabrita
(1954)
in Os Dias do Amor
Ministério dos Livros
2009
gentileza de Inês Ramos
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